ATÉ MAIS, E OBRIGADO PELOS PEIXES
Trillian McMillian, personagem dos livros da coleção e também do filme (parcialmente) baseado neles. Inteligente, determinada e bonita: o sonho de consumo de todo nerd. |
“O relatório do Censo Galáctico Central, como a maioria das
pesquisas, havia custado uma fortuna e não dizia nada que as pessoas já não
soubessem – exceto que cada habitante da Galáxia tem 2,4 pernas e possui uma
hiena. Já que isso obviamente não era verdade, todo o resto acabou sendo
descartado.”
[pg 6]
“Rob McKenna era um pobre coitado e sabia disso porque
várias pessoas haviam chamado a sua atenção para esse fato ao longo dos anos e
ele não via motivos para discordar, exceto o motivo mais óbvio, o fato de que
gostava de discordar das pessoas, especialmente daquelas de quem não gostava, o
que incluía, pela última contagem, todo mundo.”
[pg 8]
“À medida que dirigia, as nuvens carregadas o seguiam,
arrastando-se pelo céu na sua direção, posto que, muito embora não soubesse,
Rob McKenna era um Deus da Chuva. Tudo o que ele sabia era que os seus dias de
trabalho eram uma porcaria e que tinha uma penca de férias lastimáveis. Tudo
que as nuvens sabiam era que o amavam e queriam ficar perto dele, para
acalentá-lo e derramar água sobre sua cabeça.”
[pg 10]
“Sentiu um espasmo de emoção, porque sabia instintivamente
de quem era aquela mente ou, pelo menos, de quem gostaria que fosse e, quando
se sabe o que se deseja ser verdade, o instinto é uma ferramenta muito útil
para permitir se saiba que de fato é.”
[pg 38]
“Decidira como lidar com o volume de contradições que a sua
volta para casa precipitara: ia simplesmente ignorá-lo.”
[pg 41]
“- Eles [os alquimistas californianos] descobriram como
transformar o excesso de gordura no corpo em ouro – disse ele, num súbito
acesso de coerência.”
[pg 43]
“Estava enganado ao pensar que podia esquecer que a Terra
na qual vivia não passava de um pontinho microscópio em um outro pontinho
microscópio na infinitude inimaginável do Universo.”
[pg 49]
“Aquele era o ambiente menos adequado, pensou, para tentar
explicar a ela por que estava sentada ali, subitamente distante e na defensiva,
que, numa espécie de sonho extracorpóreo, ele teve uma sensação telepática de
que o colapso nervoso que ela sofrera estava ligado ao fato que a Terra, apesar
das aparências contrárias, tinha sido demolida para abrir caminho para a
construção de uma nova via expressa hiperespacial, algo que somente ele em todo
o planeta sabia, tendo realmente presenciado a demolição de dentro de uma nave
vogon, e de que, além disso, o seu corpo e sua alma a desejavam
insuportavelmente e ele precisava ir para a cama com ela tão rápido quanto
fosse humanamente possível.”
[pg 54]
“Um homem sozinho estava
sentado em uma praia, lamentado uma perda inexplicável. Só conseguia refletir
sobre essa perda em pequenos pacotes de dor, um de cada vez, porque se pensasse
na coisa toda seria grande demais para suportar.”
[pg 62]
“Perdera tudo que mais
amava e agora estava simplesmente esperando o fim do mundo – sem saber que já
tinha chegado e passado.”
[pg 63]
“As pessoas acham que
basta dizer ‘alucinações’ que tudo que você quer explicar fica magicamente
explicado e, se sobrar alguma coisa que você não consiga entender, isso
eventualmente desaparece. É só uma palavra, não explica nada.”
[pg 84]
“É muito fácil se você
não sabe como fazer. Essa é a parte mais importante. Ter absoluta certeza de
não saber como está fazendo isso.”
[pg 95]
“Não estou tentando
provar nada, a propósito. Sou um cientista e sei muito bem o que pode ser
chamado de prova. Mas o motivo pelo qual desejo ser chamado pelo meu apelido de
infância é exatamente esse: me lembrar de que um cientista deve, acima de tudo,
ser como uma criança. Se ele vê algo, deve dizer dos que está vendo,
independente de aquilo ser o que imaginava ver ou não. Ver primeiro, testar
depois. Mas sempre ver primeiro. Senão, você só vai ver o que espera ver. A
maioria dos cientista se esquece disso.”
[pg 116]
“Mas sejamos francos:
quando [nós, cientistas] encontramos alguma coisa que não compreendemos,
gostamos de chamá-la usando um nome que vocês também não possam compreender e,
de preferência, sequer consigam pronunciar. Digo, se deixássemos vocês saírem
por aí chamando o sujeito de Deus da Chuva, ia parecer que vocês sabem de
alguma coisa que nós não sabemos, o que seria totalmente inadmissível.”
[pg 119]
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