Pensamento da semana

"But we're never gonna survive, unless we get a little crazy"

Seal - Crazy
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terça-feira, 21 de maio de 2013

Está Escrito no Guia - parte 2

Ontem começamos aqui uma série de cinco postagens com trechos e citações dos livros da coleção "O Guia do Mochileiro das Galáxias". Hoje temos o segundo livro dessa trilogia de quatro que por acaso são cinco.


O RESTAURANTE NO FIM DO UNIVERSO
A resposta para a Vida,o Universo e Tudo Mais





“Existe uma teoria que diz que, se um dia alguém descobrir exatamente para que serve o Universo e por que ele está aqui, ele desaparecerá instantaneamente e será substituído por algo ainda mais estranho e inexplicável. Existe uma segunda teoria que diz que isso já aconteceu.”
[pg 5]

“No início, o Universo foi criado. Isso irritou profundamente muitas pessoas e, no geral, foi encarado como uma péssima idéia.”

“Na verdade, a única forma de ver algo bem mais feio do que uma nave vogon seria entrar na nave e olhar um vogon. No entanto, se você for uma pessoa sensata, isso é exatamente o tipo de coisa que irá evitar, porque um vogon típico não vai pensar duas vezes antes de lhe fazer algo tão terrivelmente hediondo que você vai desejar nunca ter nascido ou, se for uma pessoa mais esclarecida, vai desejar que o vogon nunca tivesse nascido.”
[pg 7]

“– É. Escuta, eu sou Zaphod Beeblebrox, meu pai era Zaphod Beeblebrox Segundo, meu avô, Zaphod Beeblebrox Terceiro ...
– O quê?
– Houve um acidente envolvendo um anticoncepcional e uma máquina do tempo.”
[pg 17]

“Eles [os editores do Guia] intimaram um poeta qualificado para declarar, sob juramento, que beleza é verdade, verdade é beleza, e esperaram assim provar que o verdadeiro culpado no caso era a própria Vida, por deixar de ser ao mesmo tempo bela e verdadeira.”
[pg 30]


“– Ele sabe cozinhar – perguntou Zaphod. Após refletir um pouco, acrescentou: - Duvido. Se ele realmente cozinhasse bem, por que iria se importar com o resto do Universo?”
[pg 47]

“O Universo, como já foi dito anteriormente, é um lugar desconcertantemente grande, um fato que, para continuar levando uma vida tranqüila, a maioria das pessoas tende a ignorar.”
[pg 53]

“Por exemplo, num canto do Braço Oriental da Galáxia fica o enorme planeta Oglaroon, totalmente coberto por florestas. Toda a sua população ‘inteligente’ vive permanentemente dentro de uma nogueira, razoavelmente pequena e incrivelmente lotada. É nessa árvore que eles nascem, vivem, se apaixonam, entalham minúsculos artigos na casca da árvore especulando sobre o sentido da vida, a futilidade da morte e a importância do controle de natalidade, combatem as poucas e minúsculas guerras e por fim morrem pendurados sob as ramagens de um dos galhos mais inacessíveis.
Na verdade, os únicos oglaroonianos que saem dessa árvore são aqueles que são banidos pelo abominável crime de imaginar se alguma das outras árvores poderia ser capaz de sustentar vida, ou até mesmo pensar se as outras árvores são algo além de ilusões provocadas por ingestão excessiva de oglanozes.
Por mais peculiar que esse comportamento possa parecer, não há uma única forma de vida na Galáxia que não possa ser acusada, de algum modo, da mesma coisa”
[pg 53]


“Trin Tragulo ficou horrorizado ao descobrir que o choque havia destruído completamente o cérebro de sua mulher. Contudo, para sua satisfação, ele compreendeu que tinha provado de uma vez por todas que, se a vida deve existir em um Universo desse tamanho, uma coisa básica que não se pode entender é a dimensão das coisas.”
[pg 58]

“A fachada do bar de 100 metros coberta por mármore tinha sido feita através da junção de quase 20 mil peles de Lagartos Mosaicos Antareanos, sem que fosse levado em conta o fato que os 20 mil lagartos envolvidos precisavam daquelas peles para manterem seus interiores dentro.”
[pg 70]

“Respirou fundo. Não precisava fazê-lo, uma vez que seu corpo era suprido com uma variedade peculiar de gases de que necessitava para sua sobrevivência através de um pequeno dispositivo intravenoso atado à sua perna. Há momentos, porém, em que é preciso respirar fundo, seja qual for o seu metabolismo.”
[pg 72]

“Um dos maiores problemas encontrados em viajar no tempo não é se tornar acidentalmente seu próprio pai ou mãe. Não há nenhum problema em tornar-se seu próprio pai ou mãe com que uma família de mente aberta e bem ajustada não possa lidar. Também não há nenhum problema em relação a mudar o curso da história – o curso da história não muda porque as peças se juntam como num quebra-cabeça. Todas as mudanças importantes já ocorreram antes das coisas que deveriam mudar e tudo se resolve no final.
O problema maior é simplesmente gramatical, e a principal obra a ser consultada sobre essa questão é o tratado do Dr. Dan Streetmentioner o ‘Manual das 1001 Formações de Tempos Gramaticais para Viajantes Espaço-Temporais’”.

“O Restaurante no Fim do Universo é um dos acontecimentos mais extraordinários em toda a história dos restaurantes.
Foi construído a partir dos restos fragmentários de um planeta em ruínas que se encontra fechado numa vasta bolha de tempo e projetado em direção ao futuro até o exato momento preciso do fim do Universo.
Muitos diriam que isso é impossível.
Nele, os fregueses sentam-se nas mesas e comem suntuosas refeições enquanto contemplam toda criação explodir à sua volta.
Muitos diriam que isso é igualmente impossível.
Você pode chegar e sentar-se em qualquer mesa que deseje sem reserva prévia porque é possível fazer a reserva retrospectivamente, quando você voltar para o seu próprio tempo.
Agora muitos insistiriam que isso é absolutamente impossível.”
[pg 73-74]

“Pois é, eu estive por aí. Querem que eu encontre o homem que comanda o Universo, mas eu não estou muito a fim de encontrá-lo. Acho que esse cara não deve saber cozinhar.”
[pg 75]

“– Cada maluco que aparece – disse o primeira iguana.
– A vida é um troço estranho – disse o segundo iguana.”
[pg 77]

“Suas músicas [do Desaster Area] são no geral bastante simples e a maioria segue o tema familiar do ser-masculino que encontrar um ser-feminino sob uma lua prateada, que depois explode sem nenhum motivo aparamente.”
[pg 81

*“É maravilhoso ver todos vocês aqui esta noite. Sim, absolutamente maravilhoso. Porque sei que muitos de vocês vêm aqui diversas vezes, o que acho realmente fantástico, vir aqui e assistir ao fim de tudo, e então retornar para casa, para suas próprias eras... e construir famílias, lutar por novas e melhores sociedades, combater em guerras terríveis em nome do que vocês acham certo. Isso realmente nos traz esperança no futuro de todos os viventes. A não ser, é claro – e apontou para o redemoinho que relampejava acima e ao redor deles – pelo fato de sabermos que não haverá futuro algum...”

“Ei, Marvin, estamos nos divertindo muito. Comida, vinhos, algumas agressões pessoais e o Universo sendo detonado.”
[pg 94]


*“Surfar erupções solares é um dos esportes mais exóticos e divertidos da existência, e aqueles que têm o dinheiro e a coragem para praticá-lo estão entre os homens mais admirados da Galáxia. Claro que também é um esporte formidavelmente perigoso. Aqueles que não morrem surfando invariavelmente morrem por exaustão sexual em uma das festas Pós-Erupções do Clube Dédalo.”
[pg 98]

“É um fato conhecido que há um número infinito de mundos, simplesmente porque há um espaço infinito para que esses mundos existam. Todavia, nem todos são habitados. Assim, dever haver um número finito de mundos habitados. Qualquer número finito dividido por um número infinito é tão perto de zero que não faz diferença, de forma que a população de todos os planetas do Universo pode ser considerada igual a zero. Disso, podemos deduzir que a população de todo o Universo também é zero, e que quaisquer pessoas que você possa encontrar de vez em quando são meramente produtos de uma imaginação perturbada.”
[pg 105]

“Inventando? Porque eu iria inventar algo? A vida já é suficientemente ruim como é, sem que eu queira inventar mais nada.”
[pg 109]

“Um médico, um filósofo e um oceanógrafo também tinham acabado de chegar, trazidos, a um custo astronômico, de Maximegalon para tentar argumentar com o vocalista, que se trancara no banheiro com um frasco de comprimidos e se recusava a sair até que alguém provasse a ele de maneira irrefutável que ele não era um peixe. O baixista estava ocupado metralhando seu quarto de dormir e ninguém sabia onde estava o baterista.
Uma busca frenética fez com que se descobrisse que ele estava numa praia em Santraginus V, a mais de 100 anos-luz dali. Alegava que tinha passado a última meia hora em profundo estado de felicidade e que havia descoberto uma pequena pedra que desejava ser sua amiga.”
[pg 111]

“O problema com a maioria das formas de transporte é que basicamente não valiam a pena. Na Terra o problemas eram os carros. As desvantagens envolvidas em arrancar toneladas de gosma preta e viscosa do subsolo, onde a tal gosma tinha ficado escondida em segurança e longe de todo o mal, transformá-la em piche para cobrir o chão, fumaça para infestar o ar e espalhar o resto pelo mar, tudo isso parecia anular as aparentes vantagens de se poder viajar mais rápido de um lugar para o outro. Especialmente quando o lugar a que se chegava tinha ficado, por conta da coisa toda, muito parecida com o lugar de que se tinha saído, ou seja, coberto de piche, cheio de fumaça e com poucos peixes.”
[pg 118]

“Arthur olhou para ele com se ele tivesse enlouquecido e, não vendo nada que indicasse o contrário, concluiu que seria perfeitamente razoável assumir que era de fato o que acontecera.”
[pg 137]

“Um dos principais problemas em governar pessoas está em quem você escolhe para fazê-lo. Ou melhor, em quem consegue fazer com que as pessoas deixem que ele faça isso com elas.”
[pg 140]

“Resumindo: é um fato bem conhecido que todos os que querem governar as outras pessoas são, por isso mesmo, as menos indicadas para isso. Resumindo o resumo: qualquer pessoa capaz de se tornar presidente não deveria, em hipótese alguma, ter permissão para exercer o cargo. Resumindo o resumo do resumo: as pessoas são um problema.”
[pg 140]

“Como posso saber se o passado não é uma ficção projetada para explicar a discrepância entre minhas sensações físicas imediatas e meu estado de espírito?”
[pg 144]


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