Pensamento da semana

"But we're never gonna survive, unless we get a little crazy"

Seal - Crazy
.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Violinista: Lindsey Stirling



Se você acompanha este blog (alguém acompanha este blog?) deve saber que gosto de música. Já postei até várias vezes sobre cantoras pouco conhecidas que eu curto. Sim, cantoras porque tenho uma queda por vozes femininas. Hoje estou aqui para falar sobre outra artista muito talentosa. Não é uma cantora, mas trabalha com música. Ou melhor, faz boa música instrumental.
Houve uma época que eu não dava muito valor à música instrumental. Com o passar do tempo, mudei de idéia. Música instrumental é interessante, uma arte e dizem que faz bem ao cérebro. Ops, na verdade, acho que é música clássica. Enfim... E se o artista toca o instrumento com perfeição. É este o caso de Lindsey Stirling.

Lindsey Stirling, a violinista hip-hop


Lindsey Stirling é uma violinista, cantora, compositora e dançarina americana. Nasceu em 21 de Setembro de 1986, na Califórnia. Ela cresceu ouvindo música clássica que o pai ouvia. Gostou tanto que aos cinco anos, ela pediu ao pai para aprender a tocar violino. Teve aulas particulares por 12 anos e na adolescência foi integrante da banda de rock que montou com alguns amigos.
Em 2010 ela participou do show de talentos ‘America's Got Talent'. Foi nessa época que ganhou a alcunha de ‘violinista hip-hop’. Após sua participação no show, um cineasta ficou interessado e contratou ela para produzir alguns vídeos. Desde então, Lindsey virou sensação no YouTube e foi lá que vi seus vídeos. O primeiro que vi foi sua versão do tema do jogo Skyrim. Muito massa. Me apaixonei pelo seu estilo e logo fui procurar outros vídeos dela.

Seu estilo? Bem, ela tem um estilo próprio. Como ela mesma diz na sua homepage: ‘Meu estilo musical é um reflexo da minha personalidade e através dele eu espero poder compartilhar minha crença de que ninguém deve ter medo de ser você mesmo’.
Fora isso, é difícil explicar toda a beleza musical que ela consegue extrair do violino. E o que dizer das coreografias super cool que ela faz? E seu estilo stylish de se vestir? E os figurinos altamente produzidos para os vídeo-clipes? Bem, é melhor  ver e ouvir para conferir.

Tema do Skyrim - o primeiro vídeo que vi dela:




Elements - minha favorita




Crystallize




Shadows




Electric daisy violin

 


Song of the caged bird



Não deixe também de ver ser site oficial.


 É isso, até a próxima.

domingo, 26 de maio de 2013

Prova da conjectura de Goldbach fraca. Será mesmo?



Já falei aqui sobre a conjectura de Goldbach e sobre alguns resultados recentes sobre o assunto. Para quem não sabe o que é e está com preguiça de olhar o link, eu digo. A conjectura afirma que todo número par maior que 4 pode ser escrito como soma de dois números primos.
A conjectura foi proposta pelo matemático prussiano Christian Goldbach numa carta ao matemático suíço Leonhard Euler, em 7 de Junho de 1742. A conjectura original era de que todo número par maior que 2 pode ser escrito como soma de três primos. Mas Euler respondeu que a conjectura era equivalente a Todo inteiro par maior que 2 pode ser escrito como a soma de 2 números primos. É importante notar que os dois consideravam 1 como sendo primo, idéia não aceita atualmente, mas isso não é exatamente um problema.
Euler também afirmou que estava totalmente convencido disto, mas não era capaz de provar. Podemos dizer que esta é a posição de todo matemático de hoje.

Existe outro problema relacionado, que é conhecido como Conjectura de Goldbach fraca: todo número impar maior que 7 pode ser escrito como soma de três primos. É fácil ver que Goldbach implica Goldbach fraco (basta subtrair 3 para ver isso). Ela também é conhecida como Conjectura de Goldbach Ternária.
Avanços foram feitos em ambos os problemas. Veja já escrevi um post sobre esses avanços na Conjectura de Goldbach (veja aqui). A respeito da Conjectura de Goldbach Fraca, o matemático russo Ivan Vinogradov provou em 1937 que o resultado é válido para números ímpares suficientemente grandes. O problema é que não está bem determinado até hoje o que vem a ser esse ‘suficientemente grande’. A cota atual é que a conjectura é válida para todo ímpar $n > 2\times 10^{1346}$
O problema é que verificar a validade do resultado para os números menores que essa cota ainda é inviável com o poder computacional atual.

Harald Andrés Helfgott
 
Porém, há duas semanas, um matemático peruano anunciou ter provado a conjectura ternária. Seu nome é Harald Andrés Helfgott, da École Normale Supériure em Paris. Ele submeteu um arquivo no arxiv no último dia 13. No artigo, Helfgott usa uma técnica chamada de método do círculo de Hardy-Littlewood-Vinogradov. Nem vou me atrever a explicar isso, até porque eu não sei o que é. Mas pelo que andei lendo por aí, parece ser bem louco. A ideia geral é transformar uma questão sobre números, neste caso, os primos, em integrais em círculos usando técnicas originalmente provenientes da análise de planos complexos. Essa última frase eu copiei descaradamente de outro site.
Bem, o artigo ainda tem que passar pelo aval da comunidade matemática. Vejamos no que vai dar. Quem viver verá.

P.S.: Essa é a primeira vez que eu escrevo nos sete dias da semana. Bem, teve aquele mês que teve o Meme Literário, mas isso não conta. Pelo menos não pra mim.


sábado, 25 de maio de 2013

Sobre toalhas, mochileiros e um cara dupal mingo



Como foi prometido no post de segunda, hoje vou explicar de onde surgiu o Dia da Toalha. Melhor sentar, que lá vem a história.

Bem, muito além dos confins inexplorados da região mais brega da Borda Ocidental desta Galáxia, há um pequeno sol amarelo e esquecido. Girando em torno deste sol há um planetinha verde-azulado absolutamente insignificante, cujas formas de vida são tão extraordinariamente primitivas que ainda acreditam que relógios digitais são uma grande idéia.
Entretanto, dentre essas formas de vida primitivas, algumas se destacam por sua genialidade e legado que deixaram. Entre elas podemos citar: Albert Einstein (um exímio dançarino de funk e físico nas horas vagas), o Rei (vai dizer que não conhece o Rei?) e Douglas Adams. Concentremos nossa atenção neste último.
Douglas Noël Adams foi um escritor e comediante britânico. Nasceu em Cambridge, em 11 de Março de 1952. Ele iniciou sua carreira como escritor após se formar em literatura inglesa pela prestigiada Universidade de Cambridge, em 1974. Passou o resto da década viajando como mochileiro pelo Europa. Depois, Adams conheceu um cara que trabalha na rádio BBC 4 e, como não tinham nada melhor para fazer, decidiram produzir um programa humorístico sobre científica. Assim começa a história do Guia do Mochileiro das Galáxias.

Depois do sucesso radiofônico, Adams decidiu lançar a obra em uma coleção de livros. Na verdade, uma trilogia de quatro livros que por acaso são cinco. Os cinco livros da coleção são:
1.      O Guia do Mochileiro das Galáxias (que dá nome à trilogia)
2.      O Restaurante no Fim do Universo (o melhor, em minha opinião)
3.      A Vida, o Universo, e Tudo Mais (o mais interessante, em minha opinião)
4.      Até Mais, e Obrigado pelos Peixes (o menos emocionante de todos)
5.      Praticamente Inofensiva (o mais louco de todos)

Enfim, o fato é que essa coleção de livros fez o maior sucesso. Virou um dos ícones da cultura nerd. Porque? Bem, só lendo para entender, mas podemos dizer que os livros são cheios do mais refinado e inteligente humor britânico já visto neste mundo. Adams cria todo um mundo de fantasia (a saber, a Galáxia) cheio de aventuras, lugares exóticos e todo tipo de forma de vida. Sem falar nos personagens inesquecíveis e as situações mais inimagináveis. Tudo isso como pitadas de críticas à nossa sociedade disfarçadas de um bom humor bastante sagaz. Leitura obrigatória para qualquer pessoa que tenha a capacidade de rir de si mesma – e dos outros.

Douglas Adamas: esse era realmente um cara dupal mingo

Além de escritor, Adams também era um ativista ambiental, ateu radical e amante da tecnologia.
Mas infelizmente ninguém é imortal (existem exceções, vide Wowbagger, o Infinitamente Prolongado): Douglas Adams faleceu de parada cardíaca aos 49 anos em 11 de Maio de 2001. Os fãs ficaram muito tristes é claro. Mas tristeza e Douglas Adams não combinam, então duas semanas depois, em 25 de Maio de 2001, os fãs resolveram fazer uma homenagem a ele. Precisavam de um tema engraçado para a homenagem. Não poderia ser outra coisa, senão a toalha.
Mas porque a toalha? Bem, não vou explicar. Vou deixar com vocês o trecho do Guia do Mochileiro das Galáxias que eternizou a toalha como símbolo da cultura nerd:

“Segundo ele [o Guia*], a toalha é um dos objetos mais úteis para um mochileiro interestelar. Em parte devido a seu valor prático: você pode usar a toalha como agasalho quando atravessar as frias luas de Beta de Jagla; pode deitar-se sobre ela nas reluzentes praias de areia marmórea de Santragino V, respirando os inebriantes vapores marítimos; você pode dormir debaixo dela sob as estrelas que brilham avermelhadas no mundo desértico de Kakrafoon; pode usá-la como vela para descer numa mini-jangada as águas lentas e pesadas do rio Moth; pode umedecê-la e utilizá-la para lutar em um combate corpo a corpo; enrolá-la em torno da cabeça para proteger-se de emanações tóxicas ou para evitar o olhar da Terrível Besta Voraz de Traal (um animal estonteantemente burro, que acha que, se você não pode vê-lo, ele também não pode ver você – estúpido feito uma anta, mas muito, muito voraz); você pode agitar a toalha em situações de emergência para pedir socorro; e naturalmente pode usá-la para enxugar-se com ela se ainda estiver razoavelmente limpa.
Porém o mais importante é o imenso valor psicológico da toalha. Por algum motivo, quando um estrito (isto é, um não-mochileiro) descobre que um mochileiro tem uma toalha, ele automaticamente conclui que ele tem também escova de dentes, esponja, sabonete, lata de biscoitos, garrafinha de aguardente, bússola, mapa, barbante, repelente, capa de chuva, traje espacial, etc, etc. Além disso, o estrito terá prazer em emprestar ao mochileiro qualquer um desses objetos, ou muitos outros, que o mochileiro por acaso tenha “acidentalmente perdido”. O que o estrito vai pensar é que, se um sujeito é capaz de rodar por toda a Galáxia, acampar, pedir carona, lutar contra terríveis obstáculos, dar a volta por cima e ainda assim saber onde está sua toalha, esse sujeito claramente merece respeito.
Daí a expressão que entrou na gíria dos mochileiros, exemplificada na seguinte frase: “Vem cá, você sancha esse cara dupal, o Ford Prefect**? Taí um mingo que sabe onde guarda a toalha.” (Sancha: conhecer, estar ciente de, encontrar, ter relações sexuais com; dupal: cara muito incrível; mingo: cara realmente muito incrível.)”

Notas:
* Na história do livro existe realmente um Guia do Mochileiro das Galáxias (conhecido simplesmente como o Guia), que é uma espécie de livro eletrônico com informações para viajantes do espaço-tempo.
** Ford Perfect é um dos personagens do livro, um alienígena de Belteguese VI que ficou preso no planeta Terra por quinze anos. Ele trabalha como pesquisador de campo para o Guia.

Enfim, desde essa primeira homenagem, todos os anos, em 25 de Maio, comemora-se o Dia da Toalha, em homenagem a Douglas Admas (e por tabela, a coleção Guia do Mochileiro das Galáxias). Como funciona isso? Simples: durante todo o dia você deve carregar uma toalha consigo. Bem louco e esquisito, mas praticamente inofensivo. E se alguém te criticar, você pode simplesmente se esconder atrás de sua toalha.



Enfim, é isso aí. Só lembrando que hoje também é o Dia do Orgulho Nerd. Eu ia preparar um post sobre isso também, mas não deu. Talvez próximo ano. Agora, vocês me dão licença, porque meu sensormático subeta captou um sinal estranho. Ainda estou tentando decifrar, mas espero que não sejam os vogons. Em todo caso, prepararem suas toalhas e não esqueçam também os amendoins.
Por falar nisso, alguém viu minha toalha?

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Está Escrito no Guia - parte 5

E hoje, nossa última postagem sobre trechos dos livros da coleção Mochileiro das Galáxias.


PRATICAMENTE INOFENSIVA

De boa aqui como meu amigo androide explorando a Galáxia... Sem esquecer a toalha, é claro!





“A história da Galáxia ficou meio confusa por vários motivos: em parte porque aqueles que tentavam acompanhá-la ficaram meio confusos, mas também porque coisas incrivelmente confusas aconteceram de fato.”
[pg 5]

“Um dos problemas tem a ver com a velocidade da luz e com as dificuldades encontradas em tentar ultrapassá-la. Não dá. Nada viaja mais rápido que a velocidade da luz, exceto talvez as más notícias, que obedecem a leis próprias e especiais.”
[pg 5]

“Investigações adicionais logo determinaram o que havia acontecido. Um meteorito abriu um rombo gigantesco na nave. A nave não detectou isso antes porque o meteorito atingiu justamente o equipamento que deveria detectar se a nave havia sido atingida por um meteorito.”
[pg 8]

“Uma das coisas mais extraordinárias da vida é o tipo de lugares nos quais ela está preparada para sobreviver. Seja nos mares inebriantes de Santagino V, com peixes que parecem não dar a mínima para onde estejam nadando, nas tempestades de fogo em Frastra, onde, segundo dizem, a vida começa a 40.000 graus, ou simplesmente entocada no intestino grosso de um rato pela mais pura diversão, a vida encontrar uma maneira de ir levando as coisas em qualquer lugar. Ela suporta viver até mesmo em Nova York, embora seja difícil entender o porquê.”
[pg 10]

“ – O que eu perdi, acho eu, foi uma outra vida inteira.
- Acontece com todos nós. A cada momento de cada dia. Cada decisão que tomamos, cada vez que respiramos, abre algumas portas e fecha várias outras. Não percebemos a maioria, mas notamos algumas. Acho que você percebeu uma delas.”
[pg 22]

“Enquanto encaixava as lentes nos olhos, refletiu sobre uma coisa: se havia algo que a vida lhe ensinara, era que existem momentos na vida em que você não deve voltar para apanhar a bolsa e outros momentos em deve. Agora só faltava a vida lhe ensinar a distinguir entre os dois.”
[pg 26]

“O motivo pela qual não são universos é que qualquer universo em particular não chega exatamente a ser uma coisa, mas sim uma maneira de compreender o que é tecnicamente conhecido como MGTC, Mistureba Generalizada de Todas as Coisas. A Mistureba Generalizada de Todas as Coisas também não existe na prática – é apenas a soma total de todas as maneiras diferentes que haveria para compreendê-la, caso existisse uma.
O motivo pelo qual não são paralelos é o mesmo pelo qual o mar não é paralelo. Não significa nada. Você pode fatiar a Mistureba Generalizada de Todas as Coisas do jeito que quiser e geralmente vai acabar com algo que alguém vai chamar de lar.
Por favor, sinta-se a vontade para enlouquecer agora.”
[pg 27]

“Bom, a lógica é uma coisa maravilhosa, mas possui, tal como os processos de evolução descobriram, algumas desvantagens. Qualquer coisa que pense logicamente pode ser enganada por outra coisa que pense no mínimo tão logicamente quanto ela.”
[pg 40]

“Não me venha falar sobre futuro. Conheço o futuro de traz pra frente. Passei metade da minha vida lá. É igual a qualquer outro lugar. Qualquer outra época. Enfim, a mesma droga de sempre, só com carros mais velozes e um ar mais fedorento.”
[pg 46]

“A maior atividade comercial realizada era a de peles de porcos do pântano eagorianos, mas não era muito lucrativa porque ninguém em sã consciência ia querer comprar uma pele de porco do pântano eagoriano. O comércio só se sustentava aos trancos e barrancos porque sempre há um número significativo de pessoas na Galáxia que não estão em sã consciência.”
[pg 50]

“Existe uma quantidade incrível de coisas que você não conhece mesmo, mas você não está sozinho nessa. Só que, no seu caso, as consequências de não conhecer essas coisas são particularmente terríveis, mas, olha, não liga não, é assim que a vaca vai pro brejo e afunda.”
[pg 58]

“Arthur estava se sentindo um pouco perdido. Havia toda uma Galáxia de coisas lá fora à sua disposição e ele se questionava se era mesquinho da sua parte reclamar a falta de apenas duas coisas: o mundo no qual nascera e a mulher que amava.”
[pg 64]

“Sabe, a qualidade de qualquer conselho que uma pessoa pode dar deve ser avaliada de acordo com a qualidade de vida que essa pessoa levou.”
[pg 71]

“- Só porque passei a maior parte da minha vida sentado em um poste, não quer dizer que eu seja um imbecil. Vou para o sul no inverno. Tenho uma casa de praia. Fico sentado na pilha de lenha para a lareira.
- Você tem algum conselho para um viajante?
- Sim. Arrume uma casa de praia.”
[pg 74]

“Tudo que você vê, ouve ou vivencia de qualquer jeito que seja é específico para você. Você cria um universo ao percebê-lo, então tudo no universo que percebe é específico para você.”
[pg 76]

“Por um lado, tinha que reconhecer e respeitar o que aprendera sobre a visão bartledaniana do universo, que consistia na idéia de que o universo é o que o universo era, ame-o ou deixe-o. Por outro lado, não podia deixar de achar que não desejar nada nem esperar nada simplesmente não era natural.”
[pg 82]

“Um erro comum que as pessoas comentem quando tentam projetar coisas completamente à prova de imbecis era subestimar a ingenuidade dos imbecis completos.”
[pg 92]

“O tempo, como sabemos, é relativo. Você pode viajar anos-luz pelas estrelas e, quando voltar, se o fizer na velocidade da luz, estará apenas alguns segundos mais velho, enquanto o seu irmão gêmeo terá envelhecido vinte, trinta, quarenta ou sei lá quantos anos, dependendo da distância da sua viajem. Tudo isso pode parecer um choque pessoal profundo, especialmente se você não sabia que tinha um irmão gêmeo.”
[pg 110]

“Ver as coisas do ponto de vista de uma outra pessoa, sem o treinamento adequado, pode ser muito perigo.”
[pg 116]

“Durante um bom período de tempo houve muita especulação e controvérsia sobre onde tinha ido parar a chamada ‘matéria perdida’ do universo. Por toda a Galáxia, os departamentos de ciências das universidades mais conceituadas estavam adquirindo equipamentos cada vez mais elaborados para sondar e vasculhar o núcleo de galáxias distantes e, depois, o próprio núcleo e as margens de todo o universo. Quando finalmente chegaram a uma conclusão, descobriram que, na verdade, o que estavam procurando era exatamente o material que servia para embalar os tais equipamentos.”
[pg 130]

“Tudo que você precisa saber por enquanto é que o universo é muito mais complicado do que você pode imaginar, mesmo se você já imagina que ele é complicado pra cacete, para começar.”
[pg 133]

“ – E do que adianta me mostrar uma coisa que eu não consigo ver?
– Para que você entenda que só porque consegue ver uma coisa não quer dizer que ela esteja lá. E que, se você não vê uma coisa, não significa que ela não esteja. Tudo se resume ao que seus sentidos fazem com que você note.”
[pg 135]

“ – Acho que temos valores muito diferentes.
– Sim, os meus são melhores.”
[pg 148]

“O Velho Thrashbarg disse, tempo atrás, que, algumas vezes, se você obtém a resposta é possível que a pergunta seja suprimida. Alguns moradores comentaram entre si que havia sido a única coisa realmente sábia que tinham ouvido de Thrashbarg.”
[pg 152]

“ – Ó, Fazedor de Sanduíches do Bob! A vida será muito menos esquisita sem você por aqui!
Arthur estava impressionado.
– Sabe, acho que essa foi a coisa mais bonita que alguém já me disse na vida!”
[pg 157]

“É muito difícil entender as coisas quando somos inesperadamente transportados para um mundo diferente, com uma cultura diferente, com um conjunto diferente de pressupostos básicos sobre a vida e, além de tudo isso, com uma arquitetura incrivelmente sem graça e sem sentido.”
[pg 160]

“Sabe, é em momentos como este que a gente pensa se vale mesmo a pena se preocupar com a tessitura do espaço-tempo e a integridade casual da matriz de probabilidade multidimensional e o potencial colapso de todas as formas de onde na Mistureba Generalizada de Todas as Coisas e essas outras histórias que vêm me perturbando. Talvez eu sinta que o grandalhão tem razão. A gente tem mais é que deixar fluir. Se estressar pra quê? Deixa fluir.”
[pg 176]