Pensamento da semana

"But we're never gonna survive, unless we get a little crazy"

Seal - Crazy
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sábado, 24 de setembro de 2011

Neutrinos mais rápidos que a luz?


Foi revelado ontem que uma equipe de físicos italianos fizeram uma descoberta surpreendente. Cientistas do Cern em parceria com cientistas italianos do laboratório Gran Sasso passaram os últimos meses fazendo medições com neutrinos. Os resultados aparentemente mostram que os neutrinos viajam a uma velocidade um pouco superior à velocidade da luz.
O resultado surpreende por que contradiz aquela que talvez seja a teoria física mais famosa: a Teoria da Relatividade de Einstein. A premissa principal da relatividade especial é que nada pode ser mais rápido que a velocidade da luz. E isso inclui os neutrinos, ou pelo menos incluía. A teoria de Einstein já foi mais que comprovada durante as últimas décadas e até esta semana ela parecia inabalável.
O momento é de cautela. Os próprios cientistas do experimento Opera responsáveis pela descoberta estão cautelosos.  Segundo os responsáveis, foram feitas diversas medições para se certificarem que não haviam cometido nenhum erro experimental ou coisa do tipo. Não encontraram tal erro e daí resolveram compartilhar a descoberta com a comunidade cientifica. Cabe à comunidade agora analisar os fatos.
É bom deixar claro que não se tem ainda nada conclusivo. Pode ser que a coisa seja realmente verdade e então teremos que rever o que entendemos da física. Será um processo um pouco difícil, pois teremos que descartar ou no mínimo reavaliar o que antes entendíamos como verdade absoluta. Não será, é claro, a primeira vez que isso ocorre na ciência e muito provavelmente não será a última. A mecânica newtoniana é um bom exemplo disto. E o fato é que ela não estava errada e sim incompleta. Quem resolveu o problema foi Einstein e pode ser que agora seja sua vez.
A outra possibilidade é que tudo não passa de um grande engano e um grande susto na comunidade científica. Marcelo Gleiser, por exemplo, diz que aposta dez dólares que em duas semanas vão descobrir o erro. Já eu aposto um milhão de neutrino que isso ainda vai dar muito o que falar, mas enquanto não decidem a coisa, o sonho da viajem no tempo continuará sendo somente um sonho.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Ah, põe qualquer coisa aqui!


Ando pensando o quão pouco tenho escrito neste blog. É realmente tenho escrito pouco, mas poderia ser bem menos. Não acho que isso é conformismo. Como as pessoas são conformadas! Tendem a nivelar por baixo. Tenso. Enfim, é isso, tenho que escrever mais, mas às vezes tenho preguiça, às vezes fico na internet fazendo coisas inúteis em vez de escrever aqui. É engraçado, mas... o que mesmo? Esqueci!
Bem, só para constar e exemplificar o que disse, fico respondendo perguntas do YR. Pode uma coisa dessas! Estava neste instante fazendo isso. Na verdade venho lhes comunicar que acabo de chegar ao nível 3. OMG, I’m level three! That’s amazing! Desculpe pelo inglês, não resisti. Já falei aqui sobre o YR, depois post mais sobre o assunto.
Falando em inglês, minha professora do curso de inglês passou um trabalho pra turma. É pra visitar um museu ou galeria de arte, escolher uma obra e descrevê-la numa redação. Simples assim! Só que não tive tempo pra fazer isso na semana passada. E não foi por falta de museu, já que tem um do lado da universidade (na verdade, ele é da universidade) foi falta de tempo mesmo. No final de semana fui ao instituto de cultura de arte de Caucaia. Tava fechado! Daí lembrei que tinha umas pinturas de grafite no muro do meu antigo colégio. Não deu outra, escolhi uma e fiz a redação. Resta saber se a teacher vai gostar. LOL.
É, tá bom por hoje, depois escrevo mais, né? Acho que a preguiça tá chegando de novo... Até mais.

sábado, 10 de setembro de 2011

Resenha: O Hobbit


Talvez exista uma impressão generalizada que matemáticos são criaturas aculturadas que só se preocupam com matemática. Isso não é verdade, embora não totalmente falso. Passamos boa parte de nosso tempo pensando em problemas sim, pois essa é nossa tarefa, mas também temos tempo para outras formas de entretenimento (sim, vista da maneira correta, matemática é divertida). Por exemplo, leitura.
Eu particularmente adoro ler, e lamento não ter tanto tempo quanto gostaria que tivesse para essa atividade. Em particular, de uns tempos para cá, estou com esse desejo de ler livros de ficção e romances e já tenho até uma lista de quais quero ler. Alguns já li, outros ainda não. Por sinal, poderia até ter postado alguma coisa aqui sobre eles, uma resenha, por exemplo. Mas não o fiz. Por isso, resolvi falar sobre o último que li, alias, acabei de lê-lo há poucas horas.
O Hobbit, do escritor britânico J.R.R. Tolkien foi um dos romances mais interessantes que já li. Um pouco chato no começo, eu admito, mas depois a história cresce, envolvente e penetrante; fica praticamente impossível não querer ler até o final. O autor é o mesmo que escreveu O Senhor dos Anéis, que depois virou filme homônimo. A história de O Hobbit se passa antes de O Senhor dos Anéis, e parece que este último é como se fosse uma continuação do primeiro. 

O Hobbit


O livro conta a história de Bilbo Bolseiro (o tio do Frodo) um pequeno hobbit que vivia tranqüilo a sua vida pacata em sua toca sob a Colina até o dia em que mago Gandalf e treze anões apareceram para uma “festa inesperada”. Falavam de aventuras, de tesouros, ladrões e dragões, coisas das quais Bilbo preferia manter distância. Praticamente levado pelas circunstancias, Bilbo segue com essa tropa naquela que seria a maior aventura de sua vida. Os anãos o contrataram como ladrão para ajudar a recuperar o tesouro de Thorin que estava na Montanha Solitária sob a proteção do dragão Smaug.
Se fosse apenas isso já seria uma aventura e tanto, mas eles teriam um longo caminho antes de chegar a Montanha onde outrora reinara os antepassados de Thorin. Eles passaram por tudo que se possa imaginar: enfrentaram trolls e orcs enfureicos, toparam com lobos selvagens, um ser metade homem e metade urso, enfrentaram as aranhas na floresta das trevas, foram prisioneiros do Rei Élfico e outras coisas mais que não vou contar senão perde a graça. Se eles conseguiram recuperar o tesouro? Bem, isso eu também não vou contar, vai ter que ler o livro.
Se você é daqueles que gostam de ficção e histórias lendárias, acha que nossa realidade é muito chata, sem muitas emoções ou simplesmente assistiu ao Senhor dos Anéis, então talvez você goste deste livro. Eu recomendo, mas não leve em consideração minha opinião e até o próximo post.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Nossos livros de 'matemática'


Acho que não escreve a mais de uma semana. De fato, já havia dito que este semestre não escreveria muito. Cometi a loucura de colocar muitas cadeiras, sendo algumas realmente pesadas. Mas como (dizem quem) todo matemático é louco, isso é compreensível. Então vou tentar aproveitar este pequeno tempo livre para escrever qualquer coisa.
Mas que qualquer coisa escreverei. Bem, já falei muito de matemática neste blog (o que também é compreensível). Acredito que não falei muito de física, não tanto quanto queria ou deveria. Há ainda alguns assuntos que prometi escrever sobre, e que ainda não apareceram. E, em teoria, eu poderia falar sobre qualquer coisa que me desse na telha (o blog é meu, oras!). Mas acho que vou falar mais um pouco (e mais uma vez) sobre matemática (e educação).
Para ser mais preciso, vou voltar alguns dias atrás, quanto chego à universidade e me deparo com um cartaz. Era uma editora anunciando que precisava de especialistas para ajudar a escrever livros didáticos para o ensino fundamental. Somente graduados ou pós-graduados, o que me excluía disso. Apesar de não ter tempo para isso, achei que poderia ser uma atividade interessante (ou não).
Na verdade, todos os livros didáticos tanto do ensino fundamental quanto do ensino médio (por que não dizer do ensino superior?) precisam passar por uma revisão. Não sei exatamente a situação das outras disciplinas, mas os livros didáticos de matemática estão numa situação entristecedora. Eles simplesmente ensinam matemática da maneira errada. Isso desde a base. E isso é um dos motivos (não o único, é claro) para o fraco desempenho de nossos alunos nesta disciplina.
Não sou eu quem diz isso. Existe um livro publicado pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) que examina minuciosamente as principais coleções de matemática adotadas no ensino médio das escolas brasileiras. O resultado foi o livro 'Exame de Textos: Análise do livros de Matemática para o ensino médio'. Vou colocar com minhas palavras, mas digamos que o livro conclui que a maioria das coleções simplesmente não serve para ser adotada em sala de aula, por conter erros horríveis. Não somente erros na didática adotada ou erros de edição, mas erros de matemática mesmo. Erros crassos e absurdos.
Uma geração que estuda matemática com estes livros terá uma formação matemática insuficiente, debilitada, fragmentada, descontextualizada e desconceituada (acho que essa palavra não existe, mas eu invento agora). Em geral, o aluno aprende fórmulas e métodos para resolver problemas e não matemática. Ou seja, o aluno se tornará (se é que chegará a pelo menos isso) um mero manipulador de números e símbolos que no fundo não fazem nenhum sentido para ele. Matemática de verdade, quem é bom, passa é longe. Trágico.
Não vou entrar em detalhes sobre o livro. Quem quiser pode lê-lo e ver por conta própria e tirar suas próprias conclusões (momento merchan gratuito). Mas é óbvio que isso é um dos motivos para o ódio generalizado que os alunos têm pela matemática, porque de fato eles não a compreendem.
Isso é ruim por que o futuro da ciência passa pela matemática. Chegará um tempo em que saber matemática será quase uma necessidade primária. Faz-se urgente, então, reformar completamente nosso sistema educacional (isso em geral) e escrever bons livros é um começo razoável.