Pensamento da semana

"But we're never gonna survive, unless we get a little crazy"

Seal - Crazy
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segunda-feira, 12 de março de 2012

Ônibus lotados, uma xérox, uma folha de caderno e o sentido da vida.


Qual o sentido da vida?
Caramba, dois ônibus seguidos e ambos lotados. Agora chegou uma topique também lotada. De onde saiu tanta gente? Os carros passam. O tempo passa. A vida passa. Até uva passa. E eu aqui sentado escrevendo.
Escrevo com dificuldade. Não no sentido metafórico da coisa. É no sentido denotativo mesmo. Sou canhoto, mas estou escrevendo com a direita. Estou treinando para ser ambidestro. Minha letra tá horrível. Não sei nem como consigo entender. Mais um ônibus lotado.
São 8:04 am. Se alguém naquele ônibus tem aula às oito já está atrasado. Na verdade, isso é bem comum. Também peguei um ônibus lotado, mas era mais cedo, por volta das 7:30. Tenho minhas dúvidas se o antigo Paranjana era tão lotado. Se bem que não dá pra comparar muito. Eu pego o ônibus que circula no Campus do Pici todo dia. Já o Paranjana, eu só tive o desprazer de pegar ele três vezes. Enfim, ambos são lotados.
Minha letra tá pior que a do Faustão. E esses mosquitos voando ao redor do meu rosto são muito chatos. Agora são 8:11. Isso quer dizer duas coisas: que eu estou escrevendo devagar e que se a xérox abre as 8, já deveria estar aberta. Dois ônibus de duas topiques acabaram de passar lotados. É compreensível então porque as filas do RU andam tão grandes esse semestre.
Uma moça acabou de me perguntar a que horas abre a xérox. Também gostaria de saber. Já é a terceira vez que venho aqui e o livro que mandei imprimir ainda não está pronto. Estou puto da vida por causa disso. Nunca mais mando imprimir nada aqui. O serviço é caro e demora para sair. Sinceramente, isso é falta de respeito para com o cliente. Já me ocorreu a algum tempo que a xérox abre as 9. É só uma vaga idéia, mas dados os fatos é provável que seja verdade.
O minúsculo pedaço de papel no qual eu estava escrevendo não tinha mais espaço para escrever. Passei uns 15 minutos sem escrever. Nesse meio tempo, passaram uns 6 ônibus, todos lotados. Então pedi uma folha de caderno emprestado de uma moça que também está aqui esperando a xérox abrir. Ela acabou de ir embora. Só não fui embora ainda porque estou escrevendo isso. Escrever pode ser uma boa terapia e um bom passatempo.
Mais outro ônibus lotado, mas desta vez nem tanto. O pessoal da xérox já está aqui, mas ainda não abriram. Aparentemente, estão esperando o dono. Estão conversando sobre o trabalho. Ao que parece, trabalhar numa xérox não é o melhor ofício do mundo. Particularmente, eu concordo com essa idéia, embora nunca tenha trabalhado numa xérox.
Percebi que não estou escrevendo um parágrafo. Isso é esteticamente feio, mas visto que minha letra está horrível, isso não faz muita diferença. Mesmo assim, quando eu for escrever isso no computador, vou fazê-lo em parágrafos. Outro ônibus lotado, mas comparado com os primeiros, esse é o paraíso.
O cara da xérox colocou Mamonas Assassinas pra tocar no celular. Mamonas é massa. Uma pena que tenham morrido. Amy morreu. Michel morreu. Witney morreu. Por que Luan e o outro Michel (o brasileiro) estão vivos? Agora o cara botou Katy Perry. É legalzinho, mas prefiro Mamonas.
Acho que esse texto tá uma droga. Acho que fiz qualquer coisa, menos escrever. Eu poderia estar estudando, mas estou aqui esperando uma porra de uma xérox abrir para pegar o livro. Já vai ter prova quarta.
Outro ônibus lotado. Como é possível haver tanta gente? Já somos sete bilhões.
Uma esperança. Acho que vão abrir a xérox. Aparentemente estão abrindo tarde hoje. Hum, ainda não são 9. Esquece o que eu disse, estão abrindo no horário.

Estou agora na cantina da matemática. São 11:35 e estou esperando a galera para ir almoçar. A filado RU deve estar enorme agora. Trágico. Como é que a Universidade quer se expandir se não tem estrutura física?
Ah, sim! Como eu temia, o meu livro que mandei imprimir ainda não está pronto. Estou indignado. A moça da xérox deu uma desculpa qualquer e disse que ficaria pronto amanha. Veremos.
Acho que já está na hora de acabar com esse texto. Não queria fazer isso sem explicar porque comecei com “qual o sentido da vida?” Não existe nenhum motivo mais profundo para isso. Simplesmente escrevi, sem nenhum compromisso. Naquele momento não pensava eu que viria a escrever tudo isso. Com a mão direita ainda mais.
Só para constar, o sentido da vida é 42.

Fac-símile da folha de caderno que pedi emprestado para escrever parte desse texto. Agradeço a moça que me emprestou, embora eu nem a conheça. Vejam como minha letra com a direita é horrível!


Um comentário:

  1. kkkkkkkkkk Renan e seu humor impagável!!!!!!
    E sua ta melhor do que a minha e olhe que não sou canhota!
    Ficou muito bom Renan!!!!!!!!!

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